domingo, 24 de abril de 2011

Uma bolha ameaça o mercado imobiliário brasileiro?


Há algumas semanas, notícias tem abordado a preocupação de instituições externas com a possibilidade de o Brasil correr o risco de uma “bolha” imobiliária – o jornal inglês Financial Times, por exemplo, publicou recentemente reportagens dizendo que é “questão de tempo” até que isso aconteça.
Porém, na avaliação do presidente do Secovi-SP, João Crestana, tais preocupações são improcedentes. “O mercado local não é cópia daquele do exterior. Aqui a concessão de empréstimos pelos bancos é extremamente rigorosa. Na média, os financiamentos correspondem a 62% do preço dos imóveis e a maioria deles é liquidada em menos de 20 anos”, afirma.
Em 2010, o total de imóveis residenciais vendidos na capital paulista foi de quase 36 mil unidades, número praticamente igual ao registrado em 2009. Já os lançamentos apresentaram crescimento de 18% no mesmo período, equilibrando oferta e demanda. “Este ano, estimamos um crescimento de 5% a 10%, apesar das dificuldades de encontrar terrenos viáveis e da exiguidade de materiais, equipamentos e mão de obra; é a recuperação gradual de anos e anos de mercado paralisado pela falta de crédito”, adiciona Crestana.
Para o vice-presidente do Secovi-SP, Ricardo Yazbek, o incremento da produção e comercialização de imóveis é necessário. “Temos um deficit a combater da ordem de 7 milhões de unidades, além do crescimento vegetativo da população. É preciso também acompanhar os aspectos econômicos, como a ascensão das classes emergentes que hoje têm renda para comprar sua moradia, bem como aspectos comportamentais”, afirma.
Conforme Yazbek, são diplomados anualmente no País 2,5 milhões de universitários. São novos profissionais demandando imóveis para trabalhar e buscando sua casa própria. “O número de jovens casais que visitam estandes de vendas cresceu. E temos ainda mais pessoas morando sozinhas. Há um novo tipo de consumidor no mercado”, diz ele.

Fonte:
10 de março de 2011
Rodrigo Duarte

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